De Sócrates, em 399 a.C até hoje surgiram técnicas, métodos e abordagens diferentes para explicar a psique humana e com isso ajudar clientes em suas angústias. Mas com tantas abordagens e métodos diferentes como definir o melhor?
Se esse é o primeiro artigo meu que você lê, é uma satisfação lhe receber aqui. Me chamo Saulo Veríssimo e entre as minhas formações estão psicanálise, mestre e doutor em psicanálise, entre outras. Há mais de 14 anos trabalho com desenvolvimento pessoal e espero que esse conteúdo te ajude de alguma maneira.
Sei o que você deve imaginar agora que falei das minhas formações: "ele vai defender a psicanálise". Bom, esse não é um artigo sobre uma abordagem da psicologia e sim sobre técnicas que utilizei ao longo desses anos e que geraram mais avanço do que quaisquer outras em meus clientes. Hoje ensino meu método na minha formação profissional de psicoterapeutas.
Ao longo dos meus estudos, além de perceber um apego demasiado a ideologias e a abordagens por parte dos profissionais também percebi algo pouco priorizado e é justamente ai que me diferenciei nos meus atendimentos, de forma simples e assertiva. O Foco é e deve sempre ser o cliente! A partir daí vamos as técnicas mais poderosas para avanços significativos com clientes de terapia.
O PROFISSIONAL
Pode parecer óbvio, mas é totalmente negligenciado o fato de que um profissional de terapia deve se enxergar como um meio de coprodução de avanços e para isso ele DEVE deixar de lado suas próprias verdades, ideologias e experiências pessoais. Um profissional de terapia que se vê como um "semideus" é capaz de destruir totalmente a vida de um cliente. Do outro lado temos os que se acham autossuficientes para lidar com suas dores, traumas e outras feridas. Ao se depararem com uma demanda semelhante a sua a autossuficiência dá lugar à uma contra transferência afetiva e todo esse material reprimido contamina o processo do cliente.
Então qual seria o profissional ideal? Aquele que prima por autocuidado, humildade e especialmente se coloca como parceiro do seu cliente durante todo o processo.
2. A ESCUTA
Agora você pensou: "mas isso não é óbvio?" Deveria ser, porém na maior parte das vezes a escuta é superficial, não é feita uma leitura durante a escuta do que é dito juntamente com o que não é dito mas expressado e detalhes importantes passam desapercebidos.
O terapeuta que "não escuta" se apega apenas ao que o cliente diz ser seu problema, encontra uma resposta ou segue por essa linha de raciocínio sem empreender mais tempo com a próxima técnica.
3. INVESTIGAÇÃO
Quando o cliente chega ao setting terapêutico, obviamente suas verdades psíquicas devem ser respeitadas. Porém essas verdades são baseadas em convicções e análises feitas pelo próprio cliente. Seja através de suas experiências, de conversas com amigos ou até mesmo de algo que viu no google ou nas redes sociais. Pense em uma cilada para o terapeuta e principalmente para o cliente quando esse processo investigativo é negligenciado.
Mas o que deve ser investigado: contexto atual, relações pessoais, história pessoal, em que situações determinados sintomas se apresentam com mais intensidade, qual a frequência que eles ocorrem, como é a rotina, qual é o nível de qualidade de vida, saúde física e todos aspectos que envolvam essa alma sentada à sua frente.
4. PERGUNTAS
Um dos maiores legados deixados por Sócrates foi o método socrático que visa questionar, muitas vezes utilizando as próprias falas do cliente para que ele ou ela perceba outras possibilidades de realidade que podem estar bem a sua frente. Mas que por estarem tão convictos(as) do que pensam não enxergam. Uma pergunta muito simples que eu usei com praticamente todos os clientes e gerou um "BUM" na mente foi: "você acredita mesmo que pensamentos são fatos?".
Esse "BUM" leva o cliente à pensar e é aí que muitas coisas se descortinam e os avanços acontecem.
5. ATIVIDADES
Parado o cliente não avança; Correndo ou abraçando várias atividades ao mesmo tempo ele se cansa, se frustra e provavelmente além de não avançar e piorar o quadro ele desiste.
Invista em atividades simples, as vezes até bobas, óbvias, pequenas. Isso fará com que o cliente perceba que conseguindo pequenos avanços vai conseguir chegar onde deseja.
Com exceção de clientes em relacionamentos abusivos e/ou violentos, ou outros casos onde existe a necessidade emergencial de ações abruptas obviamente. Aposte nos pequenos avanços e celebre cada um deles.
Existe um dito popular antigo, mas que exemplifica muito bem o que falei sobre as atividades: você não consegue comer um boi inteiro (peço perdão ao veganos e vegetarianos pelo exemplo), mas se você cortá-lo em partes e for comendo aos poucos uma hora você comeu toda carne e ainda fez sopa com os ossos.
Acima de tudo, sendo até meio repetitivo, o centro do processo é o cliente e não as técnicas, abordagens ou ideologias, muito menos a sua vaidade. O avanço, a conquista, a superação é dele e isso precisa ser reforçado constantemente, por menor que seja.
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